
Palavra do Sereníssimo Grão Mestre da Grande Loja do Estado da Bahia SOBRE A NOVA ONDA DE BEM QUE NOS INVADE
24-06-2013 20:49À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO!
SOBRE A NOVA ONDA DE BEM QUE NOS INVADE
Nós, a humanidade e o mundo somos uma e a mesma coisa;
nós os fazemos como são e estão;
eis porque cada um deve fazer sua parte
para que o todo viva em harmonia, para os devidos fins.
Nestes dias, aqui em nosso País, estamos presenciando, ativa e pacificamente, a manifestação da sociedade, que, peremptoriamente, demonstra não mais estar satisfeita com a forma de como o Estado tem se comportado em relação às questões, principalmente de justiça social de nós, seu povo. Povo este que, então, age como que buscando uma nova Ordem Social. Isto porque, dá mostras claras de que está ciente de que toda Nova Ordem de vida mundial ou local, antes de estabelecida, é geralmente precedida de movimentos sociais organizados, que nada mais são, senão o produto da insatisfação e inquietação de indivíduos autotransformados, autoconscientizados e autoconvocados, o bastante, em face das contradições factuais da Ordem social Estabelecida, da qual eles são, também, partes integrantes e, saliente-se, relevantes.
E é nisto que desejamos volver nossas reflexões momentâneas, que se iniciam segundo a ideia de que a razão não se recusa a aceitar a teoria de que a evolução é um “fenômeno natural” tão inegável, quanto inevitável, como autossustentável; portanto, absolutamente nada, pode deter a sabedoria, força e beleza do seu poder. E o Ser Humano - esse Ser Trino indivisível - em seu processo evolutivo, sempre que necessitou, ou desejou, laborou instrumentos para que pudesse construir e/ou compreender a realidade na qual se insere para viver, de forma que a intensidade, dinâmica e velocidade de tal processo, o evolutivo, sequer permitam-se ser diminuídas. A evolução tem um propósito; e, como Seres Inteligentes, que somos, no fundo, no fundo, sabemos qual; e por isso vivemos empreendendo esforços, quanto a tal. Daí, tais manifestações sociais.
É também verdade que evolução é uma questão de educação e não de erudição. É, também, fato que, quanto mais nos tornamos educados mais nos aproximamos da retidão; e quanto mais retos nos mantemos menos o Estado tem problemas. Contudo, quando este mesmo Estado desconhece os nossos direitos, por exemplo, nos torna escravos; daí, aprende que toda escravidão gera opressão; e toda opressão provoca reações e explosões fulminantes.
Precisamente, desde o Século das Luzes, até hoje, aprendemos muito acerca disto.
É também provadamente verdadeira a teoria de que, no Universo, absolutamente nada vive no isolamento absoluto. E que a nossa batalha maior é contra nós mesmos; assim, não poder-se dizer ter vencido o mundo sem que se tenha vencido a si mesmo, principalmente no que respeita suas vicissitudes; portanto, os problemas de cada um de nós é o problema de todos nós. Eis porque, construímos, inclusive, a Democracia – o governo do povo, pelo povo e para o povo.
Pois bem, é sob a égide dela, a Democracia, que temos vivido buscando conscientizar a humanidade de que tal sistema, ainda que não pareça resolver, de fato, os nossos problemas, é a forma social de se viver menos problemática. Ora, o Ser Humano é, quando não uma inequação, uma equação, buscando solução. Dentre nós, não é dos pouco inteligentes a habilidade de perceber os sinais, e sim só os sintomas, da corrupção, violência e volúpia, mas somente quando globalmente sistematizados. Também não é, dos pouco inteligentes, o dever de constatar quando o caráter da sociedade está se fragmentando, porquanto, é deles que saem as propostas que elevam o vil, o efêmero e o superficial em nível de valor significativo. Tampouco é dos de nós, pouco inteligentes, a paciência, a persistência e a inteligência, em buscar o NOVO que nos torna dignos em participar da construção do edifício da nova humanidade, cujas bases se mostram diante de nós. Assim como também não é dos pouco inteligentes a capacidade de indignar-se genuinamente.
Ora, bem sabemos que a anarquia, a desordem e a violência não são instrumentos de solução efetiva para os nossos problemas; não se vence o mal com o mal, mas com o bem. Já aprendemos que ainda que seja dito que os fins justificam os meios, sãos os meios que determinam os fins; que toda causa tem um efeito idêntico correspondente; que, quem pela espada vive pela espada morrerá; que toda ação provoca uma reação igual e em sentido contrario. Não devemos ampliar os nossos problemas. Somos Seres Inteligentes; e isso significa, também, que somos capazes de, concomitantemente, nos autoperceber em nossas relações; de bem nos adequar ao meio no qual nos inserimos; bem como de saber lidar, de maneira sempre nova com as contingencias do nosso dia-a-dia de relações.
A preocupação em resolver os problemas da humanidade é atribuída a todos os Seres Humanos, mas a responsabilidade de fazê-lo é principalmente dos inteligentes, em grau significativo o bastante. Até porque, como já dito, nada vive isolado. Os problemas de cada um de nós são os problemas de todos nós. O que afeta a cada um de nós afeta a todos nós. O que afeta lá afeta aqui; e o que afeta aqui afeta lá. Por isso precisamos saber exatamente como devemos nos engajar e fazê-lo bem, pois o que afeta a um de nós diretamente, afeta a todos indistintamente; e o que afeta a todos não é pessoal.
É também verdade que o governo não pode resolver todos os problemas do Estado sozinho; ele, o governo, pode muito, mas não pode tudo; ele é necessário, mas ainda que eficiente, é insuficiente. O Estado somos todos nós. O Estado é feito do povo, pelo povo e para o povo. Portanto, ele deve fazer o que o povo quer; e o povo sempre sabe o que quer. A sabedoria, força e beleza dele, Estado, não estão na sabedoria, força e beleza do Rei, mas na sabedoria, força e beleza de seus súditos, nós. Ele só é de todos nós quando é para todos nós. E pobre é o Estado, que, por exemplo, não deixa que, inclusive, os ditos e/ou tidos “pobres” cresçam voluntariamente.
É, também, verdadeira a ideia de que o Estado nunca deve ser subestimado. No entanto, ele nada mais é do que o resultado do produto entre os vícios e a virtudes da época. Portanto, caso necessário, se o Estado não faz as mudanças e/ou reformas necessárias, então o povo, através dos seus “rebeldes”, faz as revoluções. O poder, ou melhor, o Estado não é mal, mas os que dele se valem podem sê-lo. Ele, o Estado é como um violão; pode ser tomado pela mão esquerda ou pela direita, mas só pode ser tocado com as duas.
Para os inteligentes o bastante, o Estado, senão parece ser, é surdo. Não raro, ele pode nos tornar roucos. Todavia, ele, o Estado, bem sabe que o povo nunca é vencido. Ele, o Estado, parece desejar ser sempre oligárquico; ele tende, inclusive, a privatizar, em proveito próprio, os negócios e as moradias comuns. Ele, o Estado, não deve, por exemplo, lutar contra a cultura alheia, mas a favor da cultura que importe para que o seu povo viva segundo valores que promovam, no mínimo, a paz, a ordem e o progresso de, absolutamente, todos nós.
Daí porque, caso o Estado ajude o povo a seguir o Caminho da Lei Maior, então Ele o conduz com facilidades, ou melhor, com beleza, riqueza e significação. Se ele, o Estado, cumpre com o seu dever, torna seu povo, cada vez mais, rico, justo e equilibrado; e com isso, mais do que só atrai imigrantes com o mesmo senso de busca.
O poder dele, Estado, tem por fim o bem comum, mas só se realmente subordinado, estritamente, à tarefa que lhe incumbe. Ele deve ser incansável, incessante e intensamente ponderado, tanto pela posição, quanto pela oposição, como pelo povo. A oposição tem importância capital para a relação Estado/Povo, pois, o que possa fazer o Estado compreender a dificuldade de sua tarefa, ajuda a garantir que a nação prospere, a ponto de se tornar, cada vez mais, rica, justa e equilibrada. Bom que se rediga. Assim, o Estado só prospera notadamente, quando tem oposição melhor do que ele pede. Todavia, ele, o Estado, não raro, demonstra-se como aquele único sócio que nunca quer arcar com prejuízos.
É verdade, também, que para que o Estado seja reto, no mínimo, a grande maioria do povo deve ser reta. É notório que, quanto mais o Estado se torna civilizado, mais o povo é melhor conduzido. De certo que ele, o Estado, não é razão, é força. Ele é um súdito perigoso, mas, não raro, se porta como um ruidoso Rei; portanto, é mais do que merecedor de nossa eterna vigilância. Caso o Estado não se afastou do Caminho da Lei Maior, então o povo pode se dar o direito de sentir, pensar e agir, destemidamente; caso contrário, o povo deve pensar destemidamente, mas agir prudentemente. Coisa dos inteligentes o bastante.
Também é notório o fato de que um Estado que se preza não deve apressar suas realizações e só perseguir grandes vantagens; pois, deve estar certo de que caso apresse suas realizações pode não alcançar suas metas, portanto seus objetivos; e caso persiga pequenas vantagens tende a perder empreendimentos maiores. Logo, enquanto o Estado concentra sua renda na mão de poucos, produz a delinquência, gera o crime e fomenta a miséria. Coisa dos pouco inteligentes.
O Estado pode e deve ser generoso, sem ter que gastar o que tem, ou o que não possa ser tão logo reposto, considerando as suas demandas; deve promover o trabalho para todos sem favorecer ao cansaço, ou até mesmo o padecimento; deve ter ambição sem ser corrupto; deve ser autoritário sem ser arrogante; e deve ser rigoroso sem ser violento. Parece paradoxal, mas o Estado tende a não outorgar direitos, e sim impor deveres. No entanto, o Estado que importa é aquele governado pela vontade dos seus governados; caso não, ele arruinar-se-á mais ainda, caso não tenha uma oposição à altura.
É também notório o fato de que, quanto menos inteligentes somos, mais o Estado é burocrático; e quanto mais o Estado é burocrático, mais é corrupto; e quanto mais o Estado é corrupto, mais corrompe. O Estado que não investe em educação, por exemplo, não pode confiar em seu povo; e por não confiar nele institui a burocracia; e, com isto, automaticamente, implanta a corrupção, que, tão logo, exigirá, educação, em grau significativo o bastante. Ora, o que o povo tem, o Estado tem; o que o povo é; o Estado é. Portanto, o povo não deve temer o Estado, mas o Estado deve temer o povo. E não é preciso muita análise para ser compreendido que, caso o Estado cultive e fomente a humanidade, o povo não se torna, ou se mantém, desumano.
O poder do Estado parece só se satisfazer quando obsta o desenvolvimento da inteligência daqueles quais ele, o Estado, deve servir, ou quando absorve a consciência dos que o serve. O Estado tem o dever moral de ser digno em suas Leis e conduta, tanto privada, quanto pública; deve ser respeitoso em servir o povo; deve ser generoso ao provê-lo e justo ao conduzi-lo, considerando os propósitos humanos sagrados. É evidente que, quando o Estado afasta-se do Caminho da Lei Maior, então o povo passa a estar sem orientador, condutor e instrutor à altura.
Como disse, ele, o Estado, deve ser rico, justo e equilibrado. Contudo, só consegue ser, de fato, rico, caso saiba produzir riqueza e/ou explorar suas riquezas naturais, de forma autossustentável; só consegue ser, de fato, justo, caso saiba distribuir suas riquezas entre o povo, de forma equitativa; e só consegue ser, de fato, equilibrado, caso saiba, inclusive, produzir o conhecimento que lhe favoreça saber ser, de fato, rico, justo e equilibrado. Sua maior preocupação não deve ser a miséria, mas a desigualdade; não deve ser a exclusão social, mas a distribuição de renda equitativa; e não deve ser a paz, mas a solidariedade; pois caso haja igualdade não há miséria; caso haja distribuição de renda equitativa não há exclusão social; e caso haja solidariedade não há guerra.
Por isso mesmo, nós, os maçons, devemos bradar, e brademos: ABAIXO A JÁ TÃO CONHECIDA, ABSURDA E DEVERAS REPUDIADA PEC-37, BEM COMO TODO RETROCESSO QUE DELA POSSA ADVIR. Tentar inibir o poder de nosso Ministério Público, ainda que minimamente, é, no mínimo, um expediente pouco inteligente; é trair nossa inteligência, coisa que não temos o direito; é construir as condições para o constrangimento, por parte dos que tentarem. Isto porque, esta nossa luta de agora não é só pelo que perdemos, mas também pelo que queremos, pois, principalmente tudo relativo à nossa educação, saúde e infraestrutura, atualmente, deixa muito a desejar.
Devemos registrar, e registremos, que corroboramos, ativa e pacificamente, com as inevitáveis, bem-vindas e saudáveis manifestações sociais que, então, como uma NOVA ONDA DE BEM, invade o nosso País, tempo em que repudiamos, veementemente, a anarquia que tenta tirar o seu brilho. Onda esta formidável que precisa ser ouvida, por quem de dever, a ponto de ser entendida, em prol de nosso avanço rumo à tão buscada, merecida e necessária Equidade Social. Onda esta que nos brinda com suas benesses, principalmente nesses dias em que, aqui, em Nossa Terra, a de Todos os Santos, damos total espaço para a manifestação do Espirito Esportivo, em todo o seu esplendor, na realização da Copa das Confederações, da FIFA.
Lembremos que o que nos faz feliz é o que fazemos para ser felizes!
Que, cada vez mais, nos conscientizemos de que o Grande Arquiteto do Universo sempre nos abençoa, ilumina e guarda, em razão de seus desígnios.
Desejamos discernimento, iniciativa e realizações
Jair Tércio
Grão-Mestre
Salvador, 16 de junho de 2013.
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